O presidente estadual do PL, João Roma, em entrevista ao PodZé, do BNEWS, na noite desta segunda-feira (7), ressaltou o seu papel na organização do partido na Bahia e da importância de gerir bem os diferentes grupos que compõem a sigla no estado. “A função de presidir o partido e tocar um projeto político necessita de muita paciência e de muita habilidade para não se fazer um partido de vencedores e vencidos”, ressaltou Roma, ao ser questionado sobre a sua atuação como dirigente da sigla.
O ex-ministro da Cidadania ressaltou que precisa conciliar correntes e disputas que ocorrem naturalmente em todos os agrupamentos políticos. “Partido político não segue equação matemática, não é algo cartesiano. Às vezes um tempo não está maduro para um projeto concreto”, ponderou. Ele disse que há a pré-candidatura dele posta à Prefeitura de Salvador, mas que não será um projeto absoluto, mas que será realizado conforme as condições da política local.
“Em Salvador, temos uma pré-candidatura estabelecida. Temos dois vereadores: Alexandre Aleluia e Isnard Araújo. Teremos uma chapa muito forte de vereadores, mas teremos um caminho a seguir. Não descarto possibilidade de entendimentos que podem ocorrer mais à frente”, comentou. Roma reiterou, como em outras ocasiões, que interesses pessoais e vaidades não podem determinar as decisões na sigla, considerando principalmente o fato de o PT estar agigantado, com o controle do governo estadual e do federal.
Na avaliação do presidente do PL baiano, se o PT conseguir o controle de grandes cidades baianas como Salvador, Feira de Santana, Camaçari e Vitória da Conquista, por exemplo, podem ser retiradas as condições objetivas para o fortalecimento da direita em 2026, tirando inclusive a possibilidade de realizar um enfrentamento. “Precisamos construir um partido forte para daqui a 3 anos. Teremos eleições muito singulares. Qual perspectiva que teremos para uma disputa daqui a três anos em uma eleição geral?”, questionou Roma.
Como principal proposta para a capital baiana, Roma enfatizou a necessidade de trabalhar mais as propostas que versem sobre a liberdade econômica. “Temos uma cidade ainda com entraves para pessoas que querem ganhar o seu dia a dia. Precisamos ter trilhas que possam possibilitar um avanço e uma perspectiva de vida às pessoas de uma forma real”, disse Roma. Ela avalia que a eliminação dessas travas para o desenvolvimento das atividades econômicas funcionam para atrair novos investimentos. “É preciso oxigenar, ser mais atrativo. Diminuir taxas e custos”, pontuou.
Ao comentar a política nacional, Roma destacou o papel ainda desempenhado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. “Ele continua sendo o principal nome da oposição no Brasil. É o personagem que consegue mobilizar a maior quantidade de pessoas”, disse Roma, que afirmou que a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro deve estar na Bahia em outubro. “E é bem provável que Bolsonaro venha também”, disse.
Roma destacou ainda o papel de Jair Bolsonaro de trabalhar pela união nacional ao fazer renascer entre os brasileiros o sentimento de patriotismo. Nesse sentido, ele criticou e classificou como “infeliz” a declaração do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que propôs a criação de um bloco dos estados de Sul e do Sudeste. “Muito do desenvolvimento do Sudeste se deveu aos nordestinos também”, recordou Roma. O ex-ministro da Cidadania comentou que o Brasil é diverso e que, apesar dessas características, mantém uma identidade nacional.
O dirigente do PL disse que, no cenário atual, há dois brasis: um que trilhou caminho de crescimento e desenvolvimento com Jair Bolsonaro e outro que já demonstra caminhar em caminho contrário. Ao comentar a diferença entre os programas sociais, Roma salientou: “criamos a rampa de ascensão para que justamente a pessoa não ficasse dependente do programa social e tivesse uma melhoria de vida, mas os estímulos para a pessoa superar a condição de pobreza foram cortados pelo PT”. E não somente isso, Roma constatou que a irresponsabilidade petista com a gestão já traz prejuízos: “agora cortaram o auxílio gás”.