Durante o governo de Castelo Branco (1964-1967), houve o Ato Institucional nº 2, que dissolveu todos os partidos políticos. Esse ato também concedia poderes ao Presidente da República para cassar mandatos de deputados e convocar eleições indiretas para os cargos do executivo federal, estadual e municipal. No mesmo ano, foi instituído o Ato Complementar
nº 4, que instituiu o bipartidarismo mas proibiu usar o termo “partido”. Surgiram, então, duas associações políticas.
A Aliança Renovadora Nacional (Arena), base de sustentação civil do regime militar que formou-se, em sua maioria, com egressos da UDN e do PSD, recebendo ainda elementos do Partido Democrata Cristão (PDC) e do Partido Republicano (PR). O Movimento Democrático Brasileiro fazia oposição ao governo militar e contou, ainda, com a participação de grande parte das pessoas oriundas do antigo PTB e elementos mais liberais do PSD, PDC e da UDN. Esses dois foram os únicos partidos permitidos até 1979, quando o congresso decretou o fim do bipartidarismo e abriu espaço para a reorganização de um novo sistema multipartidário.
Mas foi a partir de 1974 que começou a se desenhar um novo cenário. O MDB conquistou um maior número de deputados e senadores, passando a ser visto como uma legenda combativa. Ganhou apoio do movimento estudantil. Surgiram os DCEs-livres, as UEEs e, em 1979, a UNE foi refundada. O regime perdia o apoio popular e também das elites, que começaram a dirigir duras críticas. As greves dos metalúrgicos se intensificaram na região do ABCD paulista.
Pressionado politicamente e buscando enfraquecer a oposição, o governo enviou para o Congresso Nacional a Lei Orgânica dos Partidos Políticos (Lei 6.767/79) que restabelecia o pluripartidarismo. O MDB se dividiu dando origem a 5 partidos: Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Partido Democrático
Trabalhista (PDT), Partido Popular (PP) e Partido da Frente Liberal (PFL). Em 1980, foi criado o Partido dos Trabalhadores (PT) com base na classe operária.